Os pais tem um papel super importante na instrução contra o abuso sexual infantil. Os pais ou responsáveis podem orientar a criança, utilizando exemplos de situações cotidianas.
Diga, por exemplo, que “se um amiguinho pedir para tocar suas partes íntimas, você diz que não pode, e, que vai contar o fato à sua mãe.”
Devemos usar os nomes corretos das partes íntimas, pois, dessa forma, o abusador não a vê como uma “presa” fácil.
A criança que sabe identificar as partes do seu corpo, pressupõe-se ser uma criança instruída.
Vá mostrando à criança, quais são as suas partes íntimas e denominando-as: o ânus, o pênis, os seios ou peito, vulva (parte externa dos órgãos genitais), vagina (cavidade de dentro da vulva) e a boca.
Oriente-a sobre as partes do seu corpo que não podem ser tocadas.
Diga: “filho, quem pode ir com você ao banheiro?” / “Caso seu amiguinho contar alguma coisa sobre alguém tocar nas partes íntimas dele, você pode dizer que vai pedir ajuda da sua mãe.”
Se você quer saber o que seu filho tem no coração, se conecte com ele desde pequeno, ouça-o. Seja uma mãe e um pai intencional, aproveite os momentos com ele e oriente-o.
Possuímos um erro cultural: a criança educada tem que cumprimentar a todos com um toque físico, dando abraço e beijos. Muitas vezes, os pais obrigam seus filhos, porque pensam que não cumprimentar dessa maneira expressa “falta de educação”.
Permita que os seus filhos cumprimentem, sem o toque. Eles podem ser educados dizendo bom dia, boa tarde, boa noite.
Se você os obriga a tocar quem eles não querem, eles se tornam presa fácil do abusador. Não condicione a criança a se permitir ser tocado quando ela não quiser (este é um “toque do não”).
Os pais ao tocarem o seu filho devem avisá-lo, a criança se acostumará a ser respeitada quando nela tentarem tocar.
Diga, “a mamãe/o papai vai tirar a sua coberta”, “a mamãe/o papai agora vai abaixar a sua calça, vai trocar a sua fralda, limpar a sua vagina”.
Até as cócegas que ela não deseja ou outra brincadeira, não devem ser feitas. Se a criança disser “para com isso”, respeite. Ela vai aprender a pôr limite no corpo dela. Quando alguém vier tentar o abuso, ela vai dizer “não”, porque em casa, aprendeu a ser respeitada.
Não se deve colocar barreiras para tratar das partes íntimas da criança. Sabe-se que, muitos pais possuem dificuldades de assim o fazer, por não terem sido ensinados sobre isso. Mas, é possível falar de maneira livre, na hora do banho, na hora de comer, de se deitar.
Entende-se que, a violência e o abuso infantil podem ocorrer em qualquer família, independente das condições financeiras em que os pais se encontram submetidos. Essas dicas servem para todos os pais ou responsáveis pelo menor.
Outro cuidado importante, é quando for abraçar a criança. Não permita que ela chegue perto dos seus órgãos, vire-se para outro lado. Ela vai achar natural sentar-se no seu colo ou encostar nos seus órgãos, se você assim o permitir.
Todas as orientações e ações para que a criança proteja as suas partes íntimas, serão válidas e imprescindíveis.
Quando for necessário, por exemplo, um professor de um departamento infantil de uma igreja conduzir a criança até ao banheiro, não entre com ela, evite o toque, não pegue a criança no colo para que não se torne um hábito, embora ela tenha necessidade disso.
Precisamos dar voz a quem não tem voz!
Precisamos agir e acolher as vítimas!
Precisamos trabalhar para que não aconteça mais!
Há 14 anos, sou pastora no Ministério Sonho de Deus, em Taubaté. Há 9 anos, trabalho no acolhimento de vítimas que passaram por situação de abuso em sua infância, juventude ou até na fase adulta.
Eu sou uma voz para quem sofre calada(o)!
Eu tenho um compromisso com você!