Quando podemos dizer que houve, de fato, um abuso sexual infantil? Quando um adulto ou um adolescente usa do corpo de uma criança para fins eróticos e sexuais.
Não precisa, necessariamente, ter um toque, pois só a exposição já toca a fragilidade infantil, como, por exemplo, o acesso ao conteúdo pornográfico causando um trauma no psiquismo da criança.
Embora a criança não tenha capacidade cognitiva e psicológica de processar a complexidade do fato naquele momento, isso aparece de forma muito intensa na vida adulta.
Existe uma cultura, não só no Brasil, que envolve um estímulo intenso à sexualização e à erotização.
A criança é estimulada através das músicas, vídeos, desenhos, filmes, sendo expostas a conteúdos inapropriados para a sua idade.
Como dito, ela ainda não possui a capacidade neurológica, emocional, psicológica para suportar esse tipo de conteúdo, adverte a psicóloga Sonya Takayama.
Segundo ela, a psicologia demonstra que é essa transição da pureza para a exposição a essa linguagem erótica e sexualizada, que conduz a criança a um trauma, gerando muitas sequelas, que serão apresentadas mais à frente.
Por isso, é importante que os responsáveis pela criança tenham cuidado com o que ela assiste, pode ser uma novela, um filme, uma série, uma foto, uma imagem no facebook e/ou no instagram.
Observem que até os conteúdos sexuais apresentados no currículo escolar, tem períodos para serem tratados, respeitando as condições psicológicas e cognitivas da criança.
Enganam-se os pais que consideram que a criança está alheia ao que está visualizando ou ouvindo.
A situação é tão intensa para ela, porque a faz entrar em lugares inapropriados para a sua idade, que nesse momento ocorre uma confusão mental, geradora do trauma.
Inclusive, há até músicas que estimulam a criança a entrar nestes lugares, e por não saber lidar com esse conteúdo, o trauma acontece.
Às vezes, este é tão intenso que a pessoa o bloqueia na memória por muitos anos.
Mas, de repente, acontece uma situação, que produz um gatilho na mente, permitindo o acesso ao fato ocorrido pela memória. Isso precisa ser tratado!
Precisamos dar voz a quem não tem voz!
Precisamos agir e acolher as vítimas!
Precisamos trabalhar para que não aconteça mais!
Há 14 anos, sou pastora no Ministério Sonho de Deus, em Taubaté. Há 9 anos, trabalho no acolhimento de vítimas que passaram por situação de abuso em sua infância, juventude ou até na fase adulta.
Eu sou uma voz para quem sofre calada(o)!
Eu tenho um compromisso com você!